A rota das fazendas

Geralmente, quando se pensa em viagem e lazer, vêm à mente destinos distantes, paradisíacos. Ao menos uma ida à praia. Muitas vezes, porém, as opções de lazer estão mais próximas do que se imagina, apenas não damos o devido valor e a devida atenção.
Na região de Limeira, funciona há tempos um projeto turístico de cunho histórico. Trata-se do Rota das Fazendas. Um conjunto de cinco propriedades do século 19 leva o visitante a um passeio diferente: rico em conhecimento e no contato com a natureza. As fazendas ficam em Limeira (Quilombo e Itapema), Iracemápolis (Morro Azul), Cordeirópolis (Ibicaba) e Santa Gertrudes (a de mesmo nome da cidade).
Nelas, é possível conhecer o rico passado da região, que se desenvolveu com o ciclo do café. Tulhas, terreiros, senzalas, casarões, máquinas e muito verde são os principais atrativos. O visitante é levado a uma verdadeira viagem no tempo, preservado em cada parede, em cada terreno, em cada objeto.
É possível aprender – in loco - sobre o processo de fabricação do café, desde a plantação até o seu beneficiamento. É possível ver espécies de plantas incomuns, como a flor da meia-noite. É possível conhecer os detalhes de um estilo arquitetônico que marcou o período, o colonial – ou dos estilos, já que ao menos uma das fazendas, a Morro Azul, segue o padrão imperial, parecendo mais um palacete do que propriamente uma fazenda de café. É possível ver as termas onde se banhou a família imperial e estar no lugar onde um importante momento da história do Brasil aconteceu, a transição do trabalho escravo para o livre por meio da imigração européia de cunho particular, promovida pelo senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro na sua Fazenda Ibicaba.


Se isto ainda não for suficiente para despertar sua atenção (afinal, apreciar um passeio assim exige uma boa dose de curiosidade e de paixão pela história), que tal o prazer do contato com a natureza, seja por meio de uma caminhada por entre flores e plantas ou tomando um café em estilo colonial? Posso garantir que vale a pena!
Como cada uma dessas fazendas guarda uma história e suas particularidades, o segredo do passeio é perguntar. Tirar todas as dúvidas com os guias – que podem ser os próprios donos do lugar. Afinal, cada detalhe guarda uma marca do passado, tem algo a contar, ainda que seja a mera presença de limbo num desgastado chão de tijolos ou um móvel de madeira maciça datado do século 18.
De quebra, o passeio vai lhe render belas imagens caso tirar fotos seja uma de suas paixões.



PS: este texto ficou um pouco genérico. Depois de concluído, imagino que teria sido melhor me ater em uma das fazendas para fazer um relato mais individual. Ainda assim, acho que a postagem cumpre seu objetivo de despertar a curiosidade para esse tipo de passeio, rápido e barato (as fazendas costumam cobrar uma pequena taxa para o lanche, algo entre R$ 15 e R$ 25). Como as propriedades são particulares, é preciso agendar a visita (preferencialmente em grupo). Informações podem ser obtidas na Secretaria de Turismo e Eventos de Limeira.

* Em Limeira, outra fazenda da rota é a Citra-Dierberger, de rara beleza. Ela não está ligada ao ciclo do café e se destaca pela sua vegetação peculiar, com flores e plantas raríssimas.

Em tempo: essa postagem foi motivada por uma reportagem vista no “Jornal Hoje” (15/1/2010), da TV Globo, sobre as fazendas de café da região de Vassouras, no Rio de Janeiro, reproduzida a seguir.









* As fotos são da Fazenda Quilombo. Veja mais na Galeria do Piscitas, no menu à direita.

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